Se José Mujica presidisse o Brasil seria rechaçado pela Faria Lima

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Foto: Pablo Valadares - Câmara dos deputados

A elite brasileira é tão conservadora que não aceitaria conviver com um governo chefiado pelo ex-presidente uruguaio que faleceu ontem.

Mujica impôs uma agenda marcadamente progressista. Tornou seu país o primeiro da América do Sul a legalizar a regulamentar o mercado da maconha.

Com ele, o Uruguai foi o segundo país do continente a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Pepe Mujica, como era conhecido, também colocou o Uruguai à frente de vizinhos da região quando aprovou uma lei que garantiu o acesso ao aborto em hospitais públicos para mulheres até a 12ª semana de gestação. Legalizou o aborto.

Imagina se o governo Lula tentasse aprovar no Congresso alguma dessas leis. A elite política e econômica — e parte da mídia — certamente abririam guerra.

Essa gente mal aceitou uma mulher na Presidência.

Dilma Rousseff errou. Foi um desastre na articulação política e não foi bem na economia. Mas seu impeachment abriu um espaço para o conservadorismo que nos custou anos de retrocesso.

A morte de Mujica deve servir como um momento de reflexão para os conservadores.

Já aos líderes de esquerda ele ensina a humildade e austeridade que devem assumir quando estão no poder.

Enfim, o ex-presidente do Uruguai foi amplamente reconhecido por seu estilo de vida simples, sua retórica humanista e sua atuação firme em defesa da democracia, além dos direitos sociais.

Será uma boa companhia para o papa Francisco lá para onde foram os dois.

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