De fora da reforma ministerial Arthur Lira ganhou posto em que lucra mais

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Se especulou muito, nas primeiras conversas sobre reforma ministerial, qual seria o cargo de Arthur Lira.

Pois bem, nesta última terça-feira ele se tornou  relator da recém-criada comissão especial do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Lira prometeu entregar seu relatório até 27 de junho, a tempo de o texto ser votado em plenário ainda neste semestre. O recesso começa em 17 de julho.

Com a relatoria, Arthur Lira fica praticamente de fora da reforma ministerial.

Ele quer ser candidato ao Senado em 2026 e, para isso, se fosse nomeado ministro, teria que se desincompatibilizar em abril. Ficaria poucos meses no cargo.

 O curioso é que o ex-presidente da Câmara ficou feliz da vida em trocar um ministério pela relatoria de um projeto. Circulou sorridente pelo Congresso naquela terça-feira.

Por que tanta felicidade?

Bem, o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil é o texto que Lula considera mais importante para ver aprovado neste ano pelo Congresso.

Significa uma bandeira de campanha da melhor qualidade para oferecer ao eleitorado em 2026.

Portanto, Lira se tornou tão importante para o governo quanto o foi como presidente da Câmara. E ele sabe esticar a corda como ninguém para cobrar alto pelo seu passe.

Se não poderá assumir como ministro, quanto será que Arthur Lira vai cobrar para dar ao governo o projeto que o Palácio do Planalto e a área econômica tanto precisam?

Não vai sair barato.

A chave talvez esteja na eleição em Alagoas.

Fala-se que ele deseja um acordo com o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ministro dos Transportes, Renan Filho, patrocinado pelo Planalto: Renan se reelege para o Senado, seu filho sai para governador.

Por esse acordo Renan se aceitaria que ele e Lira concorrerem sem choques às duas vagas do Estado no Senado.

Lira e Renan são arquirrivais históricos. Renan nega qualquer possibilidade de acordo. Mas a verdade é que as hostilidades por lá diminuíram.

Além do mais há a questão da fonte de compensação no Orçamento para a renúncia fiscal proporcionada pela isenção a quem ganha até R$ 5 mil.

Haddad propõe que o déficit seja pago por quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. Ou seja, seria cobrado um plus a mais do andar de cima.

Dá para imaginar como essa gente ficará grata a Arthur Lira, às vésperas dos gastos com campanha eleitoral, se ele conseguir encontrar uma solução para a chamada Faria Lima?

Enfim, tem várias hipóteses para Arthur Lira sair ganhando com a troca do ministério por uma simples relatoria de projeto de lei.

São as mágicas da política.

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