Anistia só com ampla maioria; líderes do centrão temem rachar suas bancadas

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10/04/2025

Os líderes dos partidos do centrão liberaram os deputados de suas bancadas para assinar, ou não, o projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Com isso, o texto consiguiu o número regimental de assinaturas necessárias: 257, ou seja, metade mais um dos 513 integrantes da Câmara. Mas isso, por si só, não basta.

A decisão final sobre pautar ou não o projeto caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (PR-PB). E Motta já havia dito que submeteria aos líderes a discussão sobre o assunto. Ou seja, na melhor das hipóteses para o bolsonaristas, o assunto só entraria na reunião do Colégio de Líderes após a Semana Santa.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcanti, chegou a anunciar que a votação ocorreria no início deste mês de abril.

Os líderes do centrão é que serão decisivos. E não o PL.

Os comandantes das maiores bancadas do centrão grupo têm dito que não pretendem promover um racha entre seus liderados em torno do assunto. Só defenderão que entre em pauta se a “absoluta maioria” de suas bancadas assim o quiser.

E o que vai pesar?

Bem, o assunto tem a ver com apoio ou oposição ao governo. Mesmo no centrão, as bancadas ainda estão divididas sobre se ficam ou não ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: há uma maioria indisposta, mas não o suficiente para hostilizar abertamente o Palácio do Planalto.

Os partidos do centrão ainda têm expectativa de indicar ministros na reforma ministerial, ou manter os que já detêm, e, até, de alguma aliança em torno da reeleição do presidente Lula, se ele estiver bem nas pesquisas no ano que vem.

Por tudo isso, mesmo que o PL de Jair Bolsonaro consiga as assinaturas da maioria dos deputados, o projeto só entra em pauta se obtiver o apoio de uma amplíssima maioria.

Enquanto isso não ocorrer, Hugo Motta e os líderes do centrão pretendem empurrar com a barriga.

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